Illustration de Oudry
Tout est mystère dans l'amour,
Ses flèches, son carquois, son flambeau, son enfance :
Ce n'est pas l'ouvrage d'un jour
Que d'épuiser cette science.
Je ne prétends donc point tout expliquer ici:
Mon but est seulement de dire, à ma manière,
Comment l'aveugle que voici
(C'est un dieu), comment, dis-je, il perdit la lumière,
Quelle suite eut ce mal, qui peut-être est un bien;
J'en fais juge un amant, et ne décide rien.
La Folie et l'Amour jouaient un jour ensemble
Celui-ci n'était pas encor privé des yeux.
Une dispute vint: l'Amour veut qu'on assemble
Là-dessus le conseil des dieux;
L'autre n'eut pas la patience;
Elle lui donne un coup si furieux,
Qu'il en perd la clarté des cieux.
Vénus en demande vengeance.
Femme et mère, il suffit pour juger de ses cris:
Les dieux en furent étourdis,
Et Jupiter, et Némésis,
Et les juges d'enfer, enfin toute la bande.
Elle représenta l'énormité du cas:
« Son fils, sans un bâton, ne pouvait faire un pas :
Nulle peine n'était pour ce crime assez grande :
Le dommage devait être aussi réparé. »
Quand on eut bien considéré
L'intérêt du public, celui de la partie,
Le résultat enfin de la suprême cour
Fut de condamner la Folie
A servir de guide à l'Amour.
Jean de La Fontaine, Fable XIV, Livre XII.
No Amor tudo é mistério:
suas flechas e sua aljava, sua chama e sua
infância eterna.
Mas por que o amor é cego?
Aconteceu que num certo dia
o Amor e a Loucura brincavam juntos.
Aquele ainda não era cego.
Surgiu entre eles um desentendimento qualquer.
Pretendeu então o Amor que se reunisse, para tratar do assunto, o conselho dos deuses.
Mas a Loucura, impaciente, deu-lhe uma pancada tão violenta
que lhe privou da visão.
Vênus, mãe e mulher, pôs-se a clamar por vingança, aos gritos.
E diante de Júpiter, Nêmesis — a deusa da vingança —
e de todos os juízes do Inferno,
Vênus exigiu que aquele crime fosse reparado.
Seu filho não podia ficar cego.
Depois de estudar detalhadamente o caso,
a sentença do supremo tribunal celeste consistiu em condenar
a Loucura a servir de guia ao Amor.
Jean de La Fontaine, Fabula XIV,
Livro XII.
No Amor tudo é mistério:
suas flechas e sua aljava, sua chama e sua
infância eterna.
Mas por que o amor é cego?
Aconteceu que num certo dia
o Amor e a Loucura brincavam juntos.
Aquele ainda não era cego.
Surgiu entre eles um desentendimento qualquer.
Pretendeu então o Amor que se reunisse, para tratar do assunto, o conselho dos deuses.
Mas a Loucura, impaciente, deu-lhe uma pancada tão violenta
que lhe privou da visão.
Vênus, mãe e mulher, pôs-se a clamar por vingança, aos gritos.
E diante de Júpiter, Nêmesis — a deusa da vingança —
e de todos os juízes do Inferno,
Vênus exigiu que aquele crime fosse reparado.
Seu filho não podia ficar cego.
Depois de estudar detalhadamente o caso,
a sentença do supremo tribunal celeste consistiu em condenar
a Loucura a servir de guia ao Amor.
Jean de La Fontaine, Fabula XIV,
Livro XII.
Nenhum comentário:
Postar um comentário